quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Tempo de graça...

Imagem de Destaque

Tudo tem seu tempo

A busca dessa sabedoria é tarefa de todos

Há um momento oportuno para cada coisa debaixo do céu (cf. Eclesiastes 3, 1). Nesta máxima da sabedoria em Israel, fundamento da cultura grega presente no mundo judaico, bem localizado no horizonte cristão, vê-se o quão oportuna é a figura de um ancião que tem o intuito de instruir os jovens.

Há uma sabedoria que não pode ser esquecida sob pena de perder o verdadeiro sabor das coisas e dos sentidos adequados para a existência, provocando os desvarios absurdos que têm configurado a sociedade contemporânea. Concretizados em violência, corrupção, imoralidade, indiferença com a dor dos outros, perversidade; e ainda no entendimento da vida como disputa, na surdez para o grito dos pobres. Estes desvarios acontecem pela falta de sabedoria que pode estar ausente ou ser cultivada nas estratégias da governança moderna, nas especializações das ciências deste tempo, ou mesmo na aprendizagem dos processos formativos.

Essa sabedoria capacita corações e inteligências para o discernimento adequado, de modo que as escolhas configurem condutas à altura da dignidade humana em todos os níveis e na direção de cada pessoa, respeitada a sua singularidade.

A busca dessa sabedoria é tarefa de todos. Não se pode delegá-la, seja na família, nas instituições, nos variados contextos - ou eximir-se dessa missão. Os fluxos que configuram a cultura ocidental estão comprometidos. Impedem, lamentavelmente, por atos e escolhas, o cultivo permanente dessa sabedoria para equilibrar a vida e vivê-la dignamente desde a fecundação até a morte com o declínio natural. A vida de todos está o tempo todo por um fio. É resultado da falta de sabedoria de que tudo tem seu tempo - discernimento que modula a inteligência livrando-a dos desatinos da irracionalidade e preservando o sentido de limite, sem comprometer a liberdade e a autonomia.

No livro do Eclesiastes, capítulo terceiro, o ancião se empenha na tarefa de instruir os jovens. Insiste na compreensão que não pode ser substituída nem pela ciência e nem por estratégias.

Vale retomar sempre as indicações do sábio ancião: "Tudo tem seu tempo. Há um momento oportuno para cada coisa debaixo do céu: tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou, tempo de matar e tempo de curar, tempo de destruir e tempo de construir, tempo de chorar e tempo de rir; tempo de lamentar e tempo de dançar, tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar, tempo de abraçar e tempo de afastar-se dos abraços, tempo de procurar e tempo de perder, tempo de guardar e tempo de jogar fora, tempo de rasgar e tempo de costurar, tempo de calar e tempo de falar, tempo de amor e tempo de ódio, tempo de guerra e tempo de paz". Está indicado que a vida não pode ser vivida e conduzida sem essa sabedoria. Trata-se de um caminho longo na vivência do amor, na prática da justiça, na assimilação de valores, no exercitar-se no gosto de ser bom e de encantar-se com o outro.

As instituições todas, sobretudo a família, têm tarefas fundamentais nesse processo para tecer uma cultura ancorada na sabedoria. Se esse caminho não for percorrido, com urgência e perseverança, os desvarios da violência, das disputas, das agressões e da perda de sentido continuarão desfigurando instituições, culturas, modos de viver. Assim as vítimas, e também agentes, desse processo, serão especialmente os mais jovens.

Diante da atual realidade torna-se premente modular os corações e as culturas no horizonte dos valores que se revelam na pessoa de Jesus Cristo. A propósito de que tudo tem seu tempo, vivenciamos o momento propício para refletir sobre o verdadeiro sentido do Natal. É preciso sabedoria para não se curvar diante de enfeites, de Papai Noel e de outros símbolos comerciais que parecem ofuscar Jesus Cristo, o Dom maior de Deus Pai para a salvação da humanidade.

É tempo de cultivar símbolos como o presépio, antiga tradição educativa que modelou corações no bem, cuja intuição sábia de São Francisco de Assis nos deixou como herança. É tempo de reavivar o coração na fé e nos valores que só o encontro com Cristo pode garantir.

Resgatando a inspiração de Francisco de Assis, a Arquidiocese de Belo Horizonte convida todos a reacenderem a chama do amor de Deus, fonte inesgotável da sabedoria que sustenta a vida.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte


quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Cartão de Natal aos amigos

Cartão de Natal enviado pela cantora Jake a todos os amigos do Projeto Honra, louvor e glória desejando um Feliz Natal e Ano Novo e, de presente, sua mais nova música para download.

Clique no link abaixo e confira uma música do novo cd da Jake.

http://www.mediagruppe.com/JAKE/EMKT/emkt_jake_musica.html

sábado, 18 de dezembro de 2010

FELIZ NATAL

Nunca deixe que o Espírito materialista do consumismo apague o verdadeiro sentido do natal, Jesus Cristo deve ser celebrado porque ele é a Boa Nova que Deus tem para o seu povo oprimido por seus pecados!

Não serão as lâmpadas da mais cara árvore de natal que você possa comprar, nem a neve de nova York que a agência de viagem promete para o natal, nem a superstição do branco que muitos compram achando que a felicidade do ano vindouro depende deste fetiche, mas da tua fé autêntica na promessa de Deus que se encarnou na simplicidade e pureza do ventre da virgem Maria e que cresceu na pobreza para nos ensinar que a felicidade verdadeira não está no poder econômico que desesperadamente procuramos, pois A FELICIDADE É ALGO diretamente proporcional à abertura do teu coração à graça do Senhor, que te preencherá completamente, fazendo nascer o salvador Jesus Cristo, como fez na virgem de Nazaré.

Neste Natal, e sempre, acolha O Anjo que muitas vezes vem anunciar que o salvador quer entrar na tua casa e ceiar contigo; atenção, este anjo pode ser eu, ou o padre, ou um amigo, irmão, qualquer um que empreste sua boca e seu coração ao mistério da evangelização.


Neste Natal, louve e agradeça ao Senhor por tua vida!



Glênio Paulo( projeto Honra Louvor e Glória)

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Advento: O mistério da encarnação.

Lia-se à entrada de um antigo vilarejo a seguinte frase: "Se fores pobre, sê bem vindo, se não, passai adiante". Não se sabe quem foi o autor da ordem, nem o motivo de toda a vila apoiá-la a ponto de afixá-la em seus muros, mas com certeza o povoado deve ter passado por alguma forte experiência, negativa provavelmente, que culminou em tal sentença. Algum viajante aproveitador, ou algum burguês desonesto que por ali fixou moradia? Essa história nos conta apenas o desfecho, que nos permite imaginar as mais variadas causas. Mas o que para nós importa é justamente a conclusão, que também deveria ser afixada em nossas casas, ou melhor, nas nossas vidas e nós deveríamos ser os primeiros a ler, todas as manhãs, ao começarmos nosso dia, tal conselho que nos foi deixado por esses habitantes desconhecidos. Ver e avaliar nossas atitudes e o nosso próprio coração é muitas vezes tarefa árdua e difícil de realizar. Para nós é fácil julgar os atos alheios e até formular conselhos, mas quando se passa para o âmbito pessoal ocorre o bloqueio. A Igreja, por sua vez, ajuda-nos a realizar essa auto-avaliação, propiciando-nos momentos litúrgicos próprios, plenos de conteúdo reflexivo, que auxiliam na caminhada dos cristãos. E é no tempo litúrgico do Advento que somos chamados a penetrar no mistério da encarnação do Deus que se fez menino, dependente, profundamente pobre. Não só por ter nascido numa manjedoura, nem por ter sido deitado em palhas ou por respirar o hálito dos animais, mas sobretudo pelo fato de compartilhar conosco a condição humana. Essa foi a grande prova de amor e humildade que Nosso Senhor poderia ter nos dado, culminando em sua paixão. Como diz o apóstolo Paulo, Jesus não se prevaleceu de sua divindade, mas se fez homem, aniquilando-se a si mesmo (cf. Fl 2,6-7) e como homem se entregou aos homens, reinserindo-os na intimidade trinitária. Pode parecer contradição que o Senhor dos senhores, o Rei do universo possa ter vindo ao seu próprio Reino servir aos seus próprios servos, mas isso serve de exemplo para nós, que na maioria das vezes estamos mais acostumados a ser servidos. "Bem-aventurados os pobres!". É a primeira das bem-aventuranças. A virtude da pobreza é solidária à virtude da esperança. O rico que conta com sua fortuna não espera em Deus: está seguro porque possui. A esperança só é virtude quando, não se apoiando sobre certeza alguma presente, nem sobre mérito algum daquele que espera, apoia-se somente sobre a misericórdia de Deus e sobre as promessas de Cristo. O cristão que se sente filho de Deus, espera tanto de Deus como a criança tudo de sua mãe. A esperança do leigo tem, sem dúvida, algo de contraditório - mas somente na aparência. Deve, com efeito, lutar para obter as coisas temporais e contar que Deus lhas concederá. Engana-se profundamente quem se julga dono de alguma coisa; assim como Deus deu, do mesmo modo pode tirar; e, assim como concedeu, tem o poder de conceder mais, dependendo da sua vontade e do desempenho do administrador. O pobre, porque confia em Deus, conhece toda a sua fraqueza; contando apenas com a graça, não se alimenta de ilusões quanto a seus próprios bens. "Deus o deu, Deus o tomou; que o nome de Deus seja bendito!". A condição do cristão traduz constantemente e com toda a intensidade a ambigüidade da sua situação no mundo: deve passar pelo mundo atraente, dele se servindo, sem jamais servi-lo. "A vocação humana é mundana porque estamos no mundo e é supramundana, porque não pertencemos ao mundo, mas a Deus". Não há, pois, senão um meio para possuirmos a Cristo, é o de nos desapossarmos de tudo o mais e permanecermos constantemente unidos a Cristo pobre. Conta-se que Heráclito, havendo reconquistado pela força das armas a cruz de Cristo, roubada pelo rei dos persas, quis levá-la em triunfo ao Gólgota, refazendo os passos de Jesus; caminhava coberto de ouro e jóias, com a cruz sobre os ombros, quando foi detido à porta da cidade por uma força invencível. "Com essa indumentária de triunfo, disse-lhe Zacarias, Bispo de Jerusalém, não imitas a pobreza e a humildade de Jesus Cristo". Então o imperador se despojou de sua glória real, se descalçou e, vestido de uma túnica vulgar, pôde carregar a cruz até seu termo. Não nos esqueçamos, meus irmãos, dos conselhos de Cristo. Jamais Jesus condenou as posses da família de Lázaro, pelo contrário, o amava tanto quanto às suas duas irmãs: Marta e Maria; porém, de outra feita, quando certo jovem ao considerar-se a salvo, disse que praticava todos os mandamentos, Cristo - não isento de amor - mandou-o vender tudo o que possuía e segui-lo. A família de Betânia não precisara disso. Era pobre. Embora possuísse, era como se nada tivesse. Preparemos também nós nossa casa, nossa família para nesse Natal recebermos o menino Jesus que quer nascer nos corações pobres, desapegados. Façamos como Marta, ofertando tudo o que temos, e, como Maria, permaneçamos aos pés de Jesus para que, como Lázaro, sejamos ressuscitados por Ele. Só assim poderemos, verdadeiramente, ao lado de Cristo Senhor, ser pobres, mas, ao mesmo tempo, ricos de tudo.




Fonte: Escola de formação Shalom

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

PROGRAMA 04/12/2010

No último sábado, dia 4 de dezembro de 2010, mais um programa honra, louvor e glória foi ao ar, desta vez com a participação de Porcina e Joana, membros da pastoral familiar da paróquia do Bom Jesus. Esta edição do programa tratou do momento que vivemos em nossa igreja, o período do advento, momento de preparação, de "aplainar o terreno" para recebermos o menino Jesus, momento propício à conversão e mudança de vida.

A palavra do evangelho recebida para leitura e reflexão foi a palavra contida no evangelho de São João, capítulo 1, versículo 19-34. que retrata a missão de João Batista, uma das figuras destacadas pela igreja nesse período, ele que atraía muitos à sua volta porque andava batizando os povos que vinham até ele, mas que também dizia: "Não sou o Cristo, nem Elias e nem o profeta. Sou a voz que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor."

João anunciava a primeira vinda do Cristo. Nós somos o João Batista dos dias de hoje, temos a missão de anunciar sua segunda vinda, hoje essa missão é nossa! É nosso dever repetir as palavras de outrora: Endireitai o caminho do Senhor, pois, o tempo está próximo! É nosso dever anunciar aos quatro cantos que Jesus Cristo está vindo revestido de todo poder e glória para separar aqueles que n'Ele creram e esperaram dos não creram e não o aceitaram. É hora de "ArrastaFé".

Porcina, Joana, Alessandra e Carlos.

Glauber e Carlos no controle.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

ADVENTO. A figura de João Batista.

Dentre as figuras fortes do advento, tem uma que eu gostaria de Falar hoje. Vamos primeiro recapitular quais são as personagens, as figuras que a Igreja nos apresenta neste período de advento: Isaías, João Batista, José e Maria. João Batista é o último dos profetas. Ele resume em sua pessoa e palavra toda história precedente, no momento em que esta desemboca no seu cumprimento. João Batista é aquele que está com o pé em cima da soleira da porta, não entrou ainda na casa, mas está bem perto, está entrando, mas não entrou. Este é João Batista. Atrás dele vêm muitos profetas, vêm muitos homens de Deus que indicaram o tempo da graça, que falaram da salvação, que profetizaram o messias, atrás dele vem uma multidão que veio antes e que foi concluída nele, ele é como a ponta deste "iceberg".
Ele é aquele que colocou o pé na soleira da porta mas não entrou na casa. O que significa isto? Significa dizer que ele não só profetizou sobre o messias mas ele apontou: aquele é o Messias, aquele é o Salvador, aquele é o Cordeiro de Deus que veio tirar o pecado do mundo. E ele é o últi-mo dos profetas e o maior do profetas e a ele foi dada a missão que não foi dada a nenhum dos pro-fetas: A missão de preparar os caminhos do Senhor. Esta é a missão de João Batista. E Como é que ele prepara os caminhos do Senhor? Isso agente vê lá em Lucas 1, 77. É Zacarias quem fala sobre essa missão de João: "Para transmitir ao seu povo a seu povo o conhecimento da Salvação" essa é a missão de João Batista, transmitir a Israel o conhecimento da salvação "para a remissão de seus pecados". Como é que ele vai preparar os caminhos do Senhor? Dizendo a salvação está próxima, a salvação vem pelo perdão dos pecados, até chegar a dizer: está ali a salvação, Jesus é a Salvação! Zacarias continua dizendo: "graças às entranhas de Misericórdia de nosso Deus, pelo qual nos visita o astro das alturas" Esta é a tradução mais literal do "Benedictus". João Batista é aquele que indicou a salvação para os judeus, que veio das entranhas de misericórdia do nosso Deus. Jesus que nasce, que foi gerado nas entranhas de misericórdia e que se encarnou e ele pôde indicar Jesus Cristo ao seu povo.
João Batista é aquele que tem uma consciência clara da sua missão. A sua vontade de ceder o seu próprio lugar para Cristo que deve crescer. Convém que Cristo cresça e que ele diminua. No capítulo 1 de João versículo 19, João Batista que tem uma consciência tão clara de que ele não é o Messias, que ele veio para preparar os caminhos do Senhor, que quando aparece o Messias ele diz: Agora eu vou me retirar, agora eu vou diminuir, desaparecer para que ele apareça. Ele, João Batista é o modelo daquele que Deus consagra para preparar os seus caminhos.
Meu irmão, você e eu somos chamados a ser João Batista neste tempo do Advento. Nós somos chamados a preparar os caminhos do Senhor, a falar da Salvação de Jesus, do amor de Deus, a dizer o quanto Deus ama o seu povo. Somos chamados a indicar a salvação, porém quando aquela pessoa descobre a salvação, tem um encontro pessoal com Deus, nós somos chamados a fazer a mesma coisa que João fez ,diminuir, desaparecer e deixar que aquela pessoa fique com Deus. Não tomar o lugar de Deus na vida da pessoa. E muito menos posicionar como Deus na vida da pessoa. Somos chamados também na obra a ser como João Batista, a fazer grandes coisas, a pregar o Evangelho, a varrer o chão com amor, a tudo fazer com amor, por amor, a fazer tudo para preparar os caminhos de Senhor. Mas uma vez os caminhos do Senhor preparados; uma vez o chão varrido, uma vez que a agente pregou o evangelho, libertou; uma vez que agente fez tudo, devemos desapa-recer para que Deus continue brilhando nos corações, para que Deus continue reinado no meio do seu povo.
João é o modelo daqueles que experimentam a alegria de ouvir a voz divina, a voz do esposo, a voz do amigo e ver acolhido o próprio testemunho. João que ouviu a voz de Jesus e se alegrou, nós que podemos ouvir a voz de Jesus no coração das pessoas que acolhem a palavra de Deus e nos alegramos com ela. João é o modelo daqueles que seguem o evangelho despertando inquietações saudáveis nas consciências adormecidas do homem. Por que João disse: Convertei-vos se não a ira de Deus vem sobre vocês!
Neste advento nós precisamos ser como João. E vocês lembram qual foi o destino último de João. Ele diminuiu tanto que chegou a ser preso, não podia mais falar, proclamar, batizar, e ele só podia falar para Herodes e chegou um momento que ele foi decapitado. E desta forma ele desapare-ceu inteiramente.
Meus irmãos para viver bem este advento vamos contemplar a figura deste homem de Deus. No seio materno foi preparado pelo espírito Santo e com o Espírito Santo que veio pelo seio mater-no de Maria e que desta forma, por que ele estava cheio do Espírito Santo, pôde preparar os cami-nhos do Senhor pregando, anunciando, apontando o Senhor e depois diminuindo, diminuindo, dimi-nuindo. Que o Senhor nos conceda a intrepidez de João, a coragem de João, o destemor de João, que o Senhor nos conceda a consciência da missão que João tinha, a humildade que ele tinha. Que o senhor nos conceda diminuir para que ele cresça sempre mais. Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo!


Por: Escola de formação Shalom